segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Marinha do Brasil envia fuzileiros navais e navio-patrulha ao município de Humaitá (AM) após ataque de garimpeiros


Por: Redação OD

A Marinha do Brasil, por intermédio com 9º Distrito Naval (9º DN), em apoio as forças de seguranças, enviou um pelotão de fuzileiros navais e um navio-patrulha para o Município de Humaitá (698 Km de Manaus), no Sul do Amazonas, onde desde a última sexta-feira (27), acontecem ataques de grupos de garimpeiros contra órgãos ambientais do Governo Federal. Na sexta, sedes e carros do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foram incendiados em retaliação à operação Ouro Fino, de combate ao garimpo ilegal de ouro no rio Madeira, que tem apoio da Marinha, Exército e Força Nacional.

Não houve feridos nos ataques. Em nota, o comando do 9º Distrito Naval informou que o deslocamento dos militares busca “garantir a segurança de seus militares e familiares, de suas instalações e de seus meios em Humaitá”. “Na operação, a Agência Humaitá atuou dentro das suas prerrogativas subsidiárias de inspeção naval, com ações voltadas para a segurança da navegação, salvaguarda da vida humana e prevenção da poluição hídrica”, informou a Marinha. Além do ataque às estruturas dos órgãos públicos, servidores foram ameaçados e buscaram abrigo em um batalhão do Exército no município.

Local seguro


De acordo com o Ibama, os servidores estão bem e se encontram em local seguro, fora do município. “Os danos materiais serão avaliados assim que a região voltar à normalidade, o que deverá ser garantido pelas forças de segurança pública. A Polícia Federal já iniciou investigações para identificar os responsáveis pelos atentados, que responderão pelos atos criminosos”, informou o órgão, em nota. No sábado (28), ainda um barco do ICMBio foi incendiado. Um prédio do Incra foi alvo e ficou parcialmente queimado e duas casas de servidores do Ibama foram assaltadas. As Polícias Federal e Rodoviária Federal, a Força Nacional e a PM retomaram o controle da cidade ontem e cerca de 30 funcionários dos órgãos ambientais foram levados escoltados para Porto Velho.

Para Luciano Evaristo, diretor de Proteção Ambiental do Ibama, a ação de fiscalização de garimpos na região vai continuar. “O objetivo era apreender as balsas que estavam na Floresta Nacional de Humaitá, uma unidade de conservação, onde o garimpo é ilegal. Eram 39. Oito não conseguimos puxar, por um problema no rebocador, e optamos por destruí-las”, disse. “Mas estávamos levando 31 delas, quando garimpeiros atacaram o rebocador, ameaçaram a tripulação. Ficamos com as balsas na nossa mão, à deriva dentro de uma área protegida, podendo contaminar o rio com mercúrio. Por isso a decisão foi fazer uma destruição cautelar”, explicou.

Bandido protestando”


Evaristo classificou o ato como “a maior inversão de valores” que ele disse ter visto ao longo de 40 anos como servidor público. “É o bandido protestando pelo direito dele de continuar sendo bandido”, disse. Para Ibama e ICMBio, em nota, “essa atividade ilegal é altamente impactante e causa graves danos ao meio ambiente e à saúde humana, além do risco à navegação. Normalmente associado a diversos outros crimes como contrabando e sonegação fiscal, o garimpo ilegal financia a grilagem de terras e contribuiu para o aumento da violência no campo.

Este cenário exige atuação firme das instituições públicas”. Ação legalizada As balsas usadas no garimpo foram incendiadas pelos servidores dos órgãos ambientais. A informação foi confirmada pelo Ibama. Segundo o superintendente do órgão no Amazonas, José Leland Barroso, a ação é legalizada pelo artigo 111, do decreto 6.514. Leland classificou o ataque a prédios e veículos de órgãos no Sul do Estado como uma barbárie e um insulto ao Estado brasileiro.

*Com Informações do site Portal Marcos Santos

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